Por Claudio Barros[1]
Hoje é 31 de Março. Em tempos idos e não saudosos, este era um dia de celebração. não do povo, mas de um agrupamento pequeno que comemorava uma "revolução" - o nome pomposo que se deu ao golpe militar de 31 de março de 1964, que destituiu um presidente constitucional - joão Goulart - e lançou o Brasil numa longa noite autoritária, trevas que se estenderam por 21 anos e cujos reflexos negativos ainda hoje sentimos.
Não há sentido em que as pessoas sintam saudades desse tempo, tampouco que homens e mulheres jovens, que não conheceram in loco este pesadelo político agora se entreguem a uma equivocada proposta de intervenção militar na política.
Não há sentido em que as pessoas sintam saudades desse tempo, tampouco que homens e mulheres jovens, que não conheceram in loco este pesadelo político agora se entreguem a uma equivocada proposta de intervenção militar na política.
Os
militares que impuseram ao Brasil, pela força das baionetas, sua vontade, não
são exatamente uma solução para o país – ao menos do ponto de vista político,
já que como servidores do Estado podem e devem construir soluções as mais
variadas para problemas brasileiros, desde que o façam no espaço legal e
institucional que a Constituição lhes reserva.
Brasileiro que pede intervenção
militar, com efeito, ou é um ignorante completo ou um mal intencionado
militante. Isso porque não existem ditaduras boas. Pode até existir uma ditadura perfeita, como bem definiu Mário Vargas
Llhosa a respeito do governo do Partido da Revolução Institucionalista, no
México. Porém, a perfeição, neste caso, se refere ao verniz de democracia que
reveste a feiúra antidemocrática de governos que não se submetem ao risco do
voto livre e de instituições fortes, independentes e harmônicas entre si.
Neste 31 de
março, quando já são decorridos 51 anos do golpe militar de 1964, a hora é de
se refletir sobre a História, tirando dela as lições para não repetir no presente
e no futuro aquilo que foi um grande erro no passado.
É razoável
lembrar que em 1964, homens de bem como Ulysses Guimarães e Tancredo Neves,
avistaram na interrupção forçada do mandato de um presidente constitucional uma
boa chance para a democracia. Estavam enganados, como enganados estão todos os
áulicos que saem às ruas enxergando uma miragem democrática nos quartéis.
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